Regra dos Terços 2 - Aplicando
Quando eu publiquei o post sobre a "Regra dos Terços", em meu blog, muita gente me escreveu pedindo exemplos práticos.
Eu sempre encarei todas as regras de fotografia como indicadores de direção, não como leis. Na minha opinião, as regras hoje são diretivas para facilitar aos fotógrafos a rápida orientação estética, mas de jeito nenhum são obrigatórias. A criatividade não pode se sujeitar a regras. E é claro que, com esse pensamento. já fiz uns trabalhinhos medonhos...
Mas até fazendo fotos ruins a gente aprende, então o bom conselho é que conheçam as regras, tentem ter um bom domínio sobre elas, apenas não fiquem presos a isso.
(E, se forem estudar regras, vale a pena conhecer a Regra Vitruviana, conceito criado por Marco Vitrúvio, que teve como seguidor Leonardo da Vinci, o Efeito Parallax e a as regras dos triângulos e das linhas convergentes.)
Aqui, minha intenção é mostrar o uso prático da Regra dos Terços e como alguns artistas usam apenas as linhas horizontais ou verticais dela. Então vamos aos exemplos:
Eu sempre encarei todas as regras de fotografia como indicadores de direção, não como leis. Na minha opinião, as regras hoje são diretivas para facilitar aos fotógrafos a rápida orientação estética, mas de jeito nenhum são obrigatórias. A criatividade não pode se sujeitar a regras. E é claro que, com esse pensamento. já fiz uns trabalhinhos medonhos...
Mas até fazendo fotos ruins a gente aprende, então o bom conselho é que conheçam as regras, tentem ter um bom domínio sobre elas, apenas não fiquem presos a isso.
(E, se forem estudar regras, vale a pena conhecer a Regra Vitruviana, conceito criado por Marco Vitrúvio, que teve como seguidor Leonardo da Vinci, o Efeito Parallax e a as regras dos triângulos e das linhas convergentes.)
Aqui, minha intenção é mostrar o uso prático da Regra dos Terços e como alguns artistas usam apenas as linhas horizontais ou verticais dela. Então vamos aos exemplos:
Essas aqui em cima são do século XIV, no Japão.
Observem como os temas foram separados precisamente, dentro de cada uma das janelas imaginarias.
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Essa é a Vênus, de Botticelli. Observem como ele se preocupou mais com as linhas verticais que as horizontais. Olhando assim, vemos claramente a divisão, da esquerda para direita de Ar, Água e Terra. Ainda assim, as linhas horizontais determinam os mesmos indicadores em uma óptica coletiva.
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Aqui, uma pintura de Albrecht, datada de 1510. as linhas verticais separam os temas e as horizontais mostram as criações humanas em confronto às divinas.
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Alguns artistas utilizam a Regra dos Terços dentro de uma óptica muito particular, curvando e torcendo as linhas que criam os quadrantes. Vejam esses 3 exemplos nas obras de Renoir, Monet e Paul Cezanne.
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Enquanto Lancret cria divisões horizontais precisas, cortando sua obra em 3 temas diferentes, o Mestre Leonardo cria uma pintura para nos mostra como utilizar a Regra dos Terços.
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Duas obras de Kandinsky. Embora seja um pintor adepto do estilo abstrato, vejam como ele conseguia criar outros quadros e outros temas dentro das próprias pinturas, ao se aplicar a elas a Regra dos Terços.
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Deixei essa para o final, o nome do quadro é “The Young Beggar” de Bartolomé Estebán Murillo, em aproximadamente 1660, em Sevilha, Espanha.
Vale a pena traçar as linhas da Regra dos Terços sobre essa imagem e ver a genialidade do pintor. Um exemplo raro e magistral.
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E aqui, algumas imagens estáticas de alguns filmes.
Essas imagens abaixo são do filme Hero, do diretor chinês Zhang Yimou. Embora a grande maioria dos filmes orientais (chineses, japoneses e coreanos, principalmente) se valham largamente das regras fotográficas, esse tem uma beleza plástica que quase nos obriga a continuar olhando para a tela. (Como haviam imagens demais para mostrar, e esse post já está enorme, coloquei as fotos do filme dentro de um álbum, achei muito difícil escolher apenas algumas)
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Outro filme que se valeu muito do recurso da Regra dos Terços foi “Kill Bill”, do Tarantino.
Em alguns momentos, ele trabalhou com cores específicas em determinados quadrantes, muito interessante a utilização dele deste recurso.
Não vou comentar demais, mas observem na primeira imagem dessa seqüência, como ele distribuiu os elementos da cena. A espada está no centro, em primeiro plano, na parte de baixo. O cabo está virado para o Bill, a ponta para a noiva. Do lado da noiva, um abajur aceso e uma almofada vermelha. Do lado do Bill, almofadas roxas e o escuro da noite do lado de fora. As portas fechadas do lado dela, abertas do lado do Bill. Observem as luminárias azuis, nos frames das próximas cenas. Vários conceitos aqui, trabalho muito bom mesmo.
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E agora que eu provavelmente fiz o maior post da história da internet, vou sugerir aos interessados em ver isso em movimento, que comecem pelo filme “Sonhos” de Akira Kurosawa. Não só é um filmão, como a Regra é utilizada de maneira genial.
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