INVICTUS

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Recentemente, postei uma parte do poema "Invictus", de William Ernest Henley, no Facebook.

Quem admira este poema o faz em ilustre companhia: Nelson Mandela disse ter tirado dessas linhas a força para suportar o tempo na prisão.

Algumas pessoas perguntaram pelo poema completo, outras perguntaram se a tradução era fiel.
Achei várias ótimas traduções e, humildemente, fiz também a minha.

Então, quase que por acidente, encontrei uma ótima tradução, que respeitava a métrica e ainda mantinha as rimas!

Assim, estimulado pela descoberta, venho postar três versões: a original, a traduzida com rimas e a minha tradução.
Não proponho comparações, apenas mais alternativas de apreciação a um poema tão forte.


(Mais informações no final da página)

 

INVICTUS (original)

Out of the night that covers me,
Black as the pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.

In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.

Beyond this place of wrath and tears
Looms but the Horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds and shall find me unafraid.

It matters not how strait the gate,
How charged with punishment the scroll,
I am the master of my fate:
I am the captain of my soul.

___________________________________


INVICTUS (Tradução com rimas)
(Não encontrei o nome do tradutor, qualquer ajuda é bem-vinda!!)

Do fundo desta noite que persiste
A me envolver em breu - eterno e espesso,
A qualquer deus - se algum acaso existe,
Por mi’alma insubjugável agradeço.

Nas garras do destino e seus estragos,
Sob os golpes que o acaso atira e acerta,
Nunca me lamentei - e ainda trago
Minha cabeça - embora em sangue - ereta.

Além deste oceano de lamúria,
Somente o Horror das trevas se divisa;
Porém o tempo, a consumir-se em fúria,
Não me amedronta, nem me martiriza.

Por ser estreita a senda - eu não declino,
Nem por pesada a mão que o mundo espalma;
Eu sou dono e senhor de meu destino;
Eu sou o comandante de minha alma.

_____________________________

INVICTUS (Minha tradução)


Sob a noite que me encobre
Negra como um poço, a me cercar
Agradeço aos deuses que acaso existam
Por minha alma inconquistável

Nas garras cruéis do destino
Eu não tremi nem chorei
Sob os duros golpes da sorte
Minha cabeça sangra, mas não se curva

Além deste lugar de ira e lágrimas
Reside o horror nas sombras
E ainda assim, o tempo ameaçador
Me encontrará sem medo

Não importa quão estreito seja o portão
Ou quão duro seja o castigo
Eu sou o senhor de meu destino
Eu sou o capitão de minha alma

____________________________

 

Durante a pesquisa para esse post, achei ainda, outras versões de traduções. Achei até outra rimada.
Não sei quem foram os tradutores, mas não achei correto deixa-las de fora.

 

Dentro da noite que me rodeia
Negra como um poço de lado a lado
Agradeço aos deuses que existem
por minha alma indomável

Sob as garras cruéis das circunstâncias
eu não tremo e nem me desespero
Sob os duros golpes do acaso
Minha cabeça sangra, mas continua erguida

Mais além deste lugar de lágrimas e ira,
Jazem os horrores da sombra.
Mas a ameaça dos anos,
Me encontra e me encontrará, sem medo.

Não importa quão estreito o portão
Quão repleta de castigo a sentença,
Eu sou o senhor de meu destino
Eu sou o capitão de minha alma.

__________________________

Sob o manto da noite que me cobre
Negro como as profundezas de um polo a outro
Eu agradeço a todos os deuses
Por minha alma invencível.

Nas garras ferozes das circunstâncias,
Não me encolhi nem derramei meu pranto.
Golpeado pele destino
Minha cabeça sangra, mas não se curva.

Longe deste lugar de ira e lágrimas
Só assoma o horror das sombras.
Ainda assim, a ameaça dos anos me encontra
E me encontrará sempre destemido.

Pouco importa quão estreita seja a porta
Quão profusa em punições seja a lista
Sou o senhor do meu destino
Sou o capitão da minha alma.

________________________________

Desde a noite que sobre mim se abate,
Negra como seu insondável abismo,
Agradeço aos deuses se existem,
por minha alma invencível.

Caído nas garras da circunstancia,
Nada me faz chorar nem pestanejar.
Apesar dos golpes do destino,
Minha cabeça ensanguentada segue erguida.

Mais além deste lugar de lágrimas e ira,
Jazem os horrores da sombra.
Mas a ameaça dos anos,
Me encontra e me encontrará, sem medo.

Não importa quão estreito seja o caminho,
Quão carregado de castigo a sentença,
Sou o senhor do meu destino;
Sou o capitão da minha alma.

______________________________

Sob a noite que me encobre
Negra como o insondável abismo deste mundo,
Agradeço aos deuses que possam existir
Por minha alma inconquistável.

Nas garras cruéis da destino
Eu não tremo, ou me desespero.
Sob os duros golpes da sorte
Minha cabeça sangra, mas não se curva.

Além deste lugar de ódio e lágrimas
Sinto apenas o pavor da morte.
Porém o tempo me alcançará
Mas achar-me-á sem medo.

Não importa quão estreito seja o caminho
Não importa o tamanho do castigo
Eu sou dono e senhor de meu destino.
Eu sou o comandante da minha alma.

______________________________

Da noite escura que me cobre,
Como uma cova de lado a lado,
Agradeço a todos os deuses
A minha alma invencível.

Nas garras ardis das circunstâncias,
Não titubeei e sequer chorei.
Sob os golpes do infortúnio
Minha cabeça sangra, ainda erguida.

Além deste vale de ira e lágrimas,
Assoma-se o horror das sombras,
E apesar dos anos ameaçadores,
Encontram-me sempre destemido.

Não importa quão estreita a passagem,
Quantas punições ainda sofrerei,
Sou o senhor do meu destino,
E o condutor da minha alma.

_______________________________

Do fundo desta noite que persiste
A me envolver em breu – eterno e espesso,
A qualquer deus – se algum acaso existe,
Por mi’alma insubjugável agradeço.

Nas garras do destino e seus estragos,
Sob os golpes que o acaso atira e acerta,
Nunca me lamentei – e ainda trago
Minha cabeça – embora em sangue – ereta.

Além deste oceano de lamúria,
Somente o Horror das trevas se divisa;
Porém o tempo, a consumir-se em fúria,
Não me amedronta, nem me martiriza.

Por ser estreita a senda – eu não declino,
Nem por pesada a mão que o mundo espalma;
Eu sou dono e senhor de meu destino;
Eu sou o comandante de minha alma.
_______________________________

 

Do fundo da noite que me cobre,
Preta como o Breu de lado a lado
Agradeço a todos deuses pelo nobre
Inconquistável espírito a mim dado.

No acaso todo das circunstâncias
Não me deixei cair nem gritar
Apesar de um estouro de ânsias
Minha cabeça sangra sem curvar

Além desse lugar de tristezas e insanos
Nada se vê, só o Horror desde cedo
E ainda assim a ameaça dos anos
encontra-me e encontrar-me-á sem medo

Não importa quantas vezes desatino
nem quantas vezes a vida me espalma
Sou o mestre e senhor do meu destino:
Sou o capitão de minha alma.

Comentários

Na minha concepção uma tradução não é só o significado das palavras usadas pelo autor. Ela envolve também e principalmente como o tradutor sentiu e interpretou o poema. Todas as tradições demonstram isto no meu ver, umas mais formais, outras informais, o uso de pronomes, tudo interfere em como o poema foi sentido, mas sem denegrir a mensagem do autor.

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