Chatroom

Chatroom

Chatroom é um filme britânico de 2010, um suspense dirigido por Hideo Nakata. Esse diretor ficou conhecido mundialmente por ter dirigido o terror “O Chamado” e por ser, até onde sei, o único diretor na história do cinema que dirigiu um filme (Dark Waters) e foi chamado para dirigir de novo o mesmo filme, em nova gravação, com produção e elenco americanos. A intenção fora suprir o mercado americano, avesso a filmes estrangeiros!
(Aliás, esse foi um caso interessante, engraçado e desalentador, que abordarei em uma outra ocasião, em outro post.)

Em Chatroom, Nakata-San narra os encontros de cinco jovens com aproximadamente 16 anos de idade, em uma sala de bate-papos na internet. O líder do grupo e criador da sala é William, vivido por Aaron Johnson.
William é o modelo negativo da Geração Y, vivendo uma vida digital em que tem controle absoluto de tudo que acontece, em contraposição à sua vida real. Do lado de fora da rede, William é anti-social, depressivo, suicida, deslocado do eixo familiar, sempre se sentindo inferior ao irmão mais velho e rejeitando a atenção dos pais e o trabalho da mãe, uma escritora famosa.
Do lado de dentro da sala de bate-papos, William se transforma em um tipo novo de predador, praticando jogos mentais com seus “colegas” em um nível de bullying extremamente profundo e aterrador.
William se dedica a encontrar os pontos fracos dos outros participantes da sala e passa a explorar essas fraquezas, com o objetivo único de fazer-lhes mal.
Ele é como um “serial killer” digital, incitando e direcionando pessoas a cometerem suicídio.

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O que é realmente aterrador no filme é a realidade do que acontece. A história, longe de ser uma obra com contornos de ficção científica, anda muito próxima da realidade atual e é possível nos identificarmos com todas as vítimas, pessoas “normais” para os padrões atuais.
A influência que a internet e as mídias sociais têm hoje e a capacidade de se manipular as pessoas através dessa tecnologia é mostrada de forma terrivelmente simples e possível.
O diretor, por sua vez, usa um recurso brilhante que é manter as conversas nas salas digitais representadas por salas reais, onde os atores se reúnem fisicamente.
A metáfora ajuda a identificação das intenções dos personagens por parte de quem assiste, mas tira dos próprios personagens essa vantagem, em um lugar onde eles só veem o que lhes é mostrado.

Brilhante, em muitos níveis!
Mas completamente assustador, principalmente por ser uma situação que pode estar acontecendo nesse momento, com adolescentes que ainda não têm como se defender desse bullying psicológico e mortal.

É um filme duro de assistir, mas que lança uma luz curiosa e investigativa nas anônimas salas de bate-papo.
O mundo digital não é seguro.

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Comentários

Camila Monteiro disse…
Nossa... Quero assistir esse filme!!!!
Ferreira Neto disse…
Camila, não é um filme fácil e as metáforas são MUITO intensas, mas é um filme que vai te dar o que pensar!

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