“Darmok and Jalad at Tanagra” ou “Ruim É Não Ser Nerd”
Jornada nas Estrelas, (Star Trek) é a franquia de maior sucesso da ficção científica americana e provavelmente a segunda maior do mundo, perdendo apenas para o britânico “Doctor Who”.
Com 5 séries para a TV, uma série de desenhos animados, 11 filmes para o cinema e com mais a caminho, incontáveis livros e historias em quadrinho, brinquedos, jogos e tudo que pode ser criado em uma franquia, Star Trek se tornou parte da cultura popular.
Ainda assim, são milhões os que não conhecem as histórias e seus personagens e constantemente leio matérias onde o autor confunde o alienígena Sr. Spock, Vulcano, com o Médico Dr. Spock, Pediatra.
Na segunda série de Star Trek para a televisão, “Star Trek The Next Generation”, com produção mais esmerada que a primeira, houveram episódios absolutamente geniais. O 102º, “DARMOK”, narra o encontro do Capitão Picard (o mocinho) com o Capitão Dathon, da raça Tamariana (Não necessariamente o bandido). Essa raça tem a peculiaridade de falar apenas por metáforas. Os mocinhos dispõem de um aparelho chamado “Tradutor Universal” que pode traduzir qualquer língua, mas que se mostra ineficaz com a maneira como os Tamarianos falam.
Depois de muitos encontros destrutivos entre as duas espécies, o capitão tamariano seqüestra Picard e coloca ambos em uma situação com risco de vida. Sua intenção é que o problema de comunicação seja resolvido e eles possam, enfim, trabalhar juntos.
Os dois capitães
O episódio é riquíssimo, as metáforas inspiradas na lenda suméria de Gilgamesh, o roteiro servindo ele mesmo de metáfora para a crise setentista de americanos e russos (tanto que o próprio título do episódio, DARMOK, se lido de trás pra frente, tem o som de como os russos chamavam seus amigos), grandes lições de confiança e superação.
Claro, os fãs mais radicais tem essa paixão louca por línguas alienígenas. A um tal ponto que a língua falada pelos inimigos da Federação, os Klingons, ganhou dicionários, cursos de aprendizagem e tradução de livros (Muitos livros, as obras completas de Shakespeare, por exemplo). É sério, existe um código fonético e a escrita e pronúncia são ensinadas em cursos. E pessoas pagam para aprender!!
Exatamente por isso, não foi surpresa que as metáforas usadas em DARMOK caíssem no agrado dos fãs e saíssem da TV para o mundo.
Uma das frases ditas pelo capitão alienígena, “Darmok e Jalad em Tanagra” se refere a uma lenda tamariana onde dois heróis e inimigos mortais, Darmok e Jalad, tiveram que lutar lado a lado contra um inimigo comum, em um lugar chamado Tanagra. Essa frase, na língua tamariana, sugere que os dois capitães trabalhem juntos por um benefício comum.
Por alguma razão, os fãs se identificaram muito com essas palavras, e elas começaram a aparecer em todos os lugares da américa, no começo da década de 90.
Virou uma mania que cruzou fronteiras e confundiu autoridades, críticos e curiosos.
Pedido de carona e show de rock
No Brasil, tivemos uma situação similar. Na década de 1960, sob o governo militar, inúmeras paredes e muros do Rio de Janeiro e São Paulo foram pichadas com as frases “Celacanto Provoca Maremoto” e sua tradução em latim, “Coelacantus agitat mare”. A coisa se espalhou tanto que forçou uma investigação militar, provavelmente temendo se tratar de um código de “Revolucionários” ou “Comunistas”.
Na verdade, a frase fora tirada de uma série japonesa, “Nacional Kid” (A pronúncia é “natchionarú kidô) que passava na TV àquela época. Os Seres Abissais (E não os Incas Venusianos) possuem um submarino, Celacanto, que batia barbatanas para criar ondas gigantes e destruir as cidades da costa japonesa.
Então, o grande lance não é hostilizar os Nerds, ou combate-los. Pelo contrário, a cultura Nerd se tornou referência para situações domésticas e um conhecimento mínimo é necessário. Pelo menos para aqueles que pretendem entender o que acontece fora de suas casas.
Com 5 séries para a TV, uma série de desenhos animados, 11 filmes para o cinema e com mais a caminho, incontáveis livros e historias em quadrinho, brinquedos, jogos e tudo que pode ser criado em uma franquia, Star Trek se tornou parte da cultura popular.
Ainda assim, são milhões os que não conhecem as histórias e seus personagens e constantemente leio matérias onde o autor confunde o alienígena Sr. Spock, Vulcano, com o Médico Dr. Spock, Pediatra.
Na segunda série de Star Trek para a televisão, “Star Trek The Next Generation”, com produção mais esmerada que a primeira, houveram episódios absolutamente geniais. O 102º, “DARMOK”, narra o encontro do Capitão Picard (o mocinho) com o Capitão Dathon, da raça Tamariana (Não necessariamente o bandido). Essa raça tem a peculiaridade de falar apenas por metáforas. Os mocinhos dispõem de um aparelho chamado “Tradutor Universal” que pode traduzir qualquer língua, mas que se mostra ineficaz com a maneira como os Tamarianos falam.
Depois de muitos encontros destrutivos entre as duas espécies, o capitão tamariano seqüestra Picard e coloca ambos em uma situação com risco de vida. Sua intenção é que o problema de comunicação seja resolvido e eles possam, enfim, trabalhar juntos.
Os dois capitães
O episódio é riquíssimo, as metáforas inspiradas na lenda suméria de Gilgamesh, o roteiro servindo ele mesmo de metáfora para a crise setentista de americanos e russos (tanto que o próprio título do episódio, DARMOK, se lido de trás pra frente, tem o som de como os russos chamavam seus amigos), grandes lições de confiança e superação.
Gilgamesh
Claro, os fãs mais radicais tem essa paixão louca por línguas alienígenas. A um tal ponto que a língua falada pelos inimigos da Federação, os Klingons, ganhou dicionários, cursos de aprendizagem e tradução de livros (Muitos livros, as obras completas de Shakespeare, por exemplo). É sério, existe um código fonético e a escrita e pronúncia são ensinadas em cursos. E pessoas pagam para aprender!!
Exatamente por isso, não foi surpresa que as metáforas usadas em DARMOK caíssem no agrado dos fãs e saíssem da TV para o mundo.
Uma das frases ditas pelo capitão alienígena, “Darmok e Jalad em Tanagra” se refere a uma lenda tamariana onde dois heróis e inimigos mortais, Darmok e Jalad, tiveram que lutar lado a lado contra um inimigo comum, em um lugar chamado Tanagra. Essa frase, na língua tamariana, sugere que os dois capitães trabalhem juntos por um benefício comum.
Por alguma razão, os fãs se identificaram muito com essas palavras, e elas começaram a aparecer em todos os lugares da américa, no começo da década de 90.
Virou uma mania que cruzou fronteiras e confundiu autoridades, críticos e curiosos.
Adesivos e roupas
Pedido de carona e show de rock
No Brasil, tivemos uma situação similar. Na década de 1960, sob o governo militar, inúmeras paredes e muros do Rio de Janeiro e São Paulo foram pichadas com as frases “Celacanto Provoca Maremoto” e sua tradução em latim, “Coelacantus agitat mare”. A coisa se espalhou tanto que forçou uma investigação militar, provavelmente temendo se tratar de um código de “Revolucionários” ou “Comunistas”.
Na verdade, a frase fora tirada de uma série japonesa, “Nacional Kid” (A pronúncia é “natchionarú kidô) que passava na TV àquela época. Os Seres Abissais (E não os Incas Venusianos) possuem um submarino, Celacanto, que batia barbatanas para criar ondas gigantes e destruir as cidades da costa japonesa.
Então, o grande lance não é hostilizar os Nerds, ou combate-los. Pelo contrário, a cultura Nerd se tornou referência para situações domésticas e um conhecimento mínimo é necessário. Pelo menos para aqueles que pretendem entender o que acontece fora de suas casas.
National Kid
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