Mistério Quântico - (ou “Mãe, Cadê a Minha Coleção de Tampinhas de Garrafa?")


A alguns anos (tá certo, “muitos anos”) havia uma propaganda de lingerie na televisão, onde se vendia sutiãs para adolescentes. A frase de efeito da propaganda era “O primeiro sutiã a gente nunca esquece” e logo apareceram piadinhas sobre o tema, e me lembro de uma na revista A Casseta Popular (que, junto com o jornal O Planeta Diário, era mantida pela turma que depois passaria a se chamar Casseta e Planeta), que dizia: “O primeiro guarda-chuva a gente sempre esquece” e tinha uma foto de um homem saindo de um bar, deixando o guarda-chuva pendurado na cadeira.
Me lembrei disso porque, nesse período de chuvas, descobri que tinha realmente perdido meu guarda-chuva. E aí eu fico me perguntando, mas como é que a gente perde algo grande como um guarda-chuva?
Eu perco coisas. Algumas, como moedas, papel com pequenas anotações, canetas, vá lá, acho que é meio comum, embora não entenda mesmo onde essas coisas vão parar. Mas um guarda-chuva é grande, pesado, ocupa espaço, incomoda quando é guardado...
Nos últimos anos, perdi coisas como martelo, alicate de cortar fio, carregador de celular, carteira, um par de caixas de som para computador, DVDs, um porta-caneta, dois ou três eliminadores de pilha, livros, catálogos, cartões de visita, camisas, duas calças, um par de sapatos, três panelas (!!!), chaves (às dezenas), chaves de fenda, blocos de notas, cabos elétricos, cabo USB, dois cachorros...
E as meias? Tenho vários pés de meia sem pares. Acho as meias realmente preocupantes, quer dizer, pra onde elas vão? A lavadeira não teria interesse em ficar com apenas um pé de meia, imagino. (Tá, em uma hipótese completamente paranóica, posso pensar que a mulher que lava minha roupa está associada a alguém que tem apenas um pé...) E mesmo que ficassem dentro da máquina de lavar, elas seriam achadas!
Eu, pessoalmente, acredito que existe um lugar onde todas essas coisas estão. Deve ser um limbo, uma brecha no universo, (eu posso até jurar que tem um buraco negro na minha gaveta de roupas), uma deficiência no tecido do espaço, por onde as coisas escorrem. Podem até ser gremlins...
E o mais apavorante é que não há defesa. O que quer que seja, nunca ocorre quando estamos observando, não há chances de prevenir ou evitar.
Acho mesmo que esses moradores intra-dimensionais, provavelmente sacis, devem ficar rindo da minha cara, enquanto esquentam seus pés com minhas meias, batucam minhas panelas com meu martelo e brincam com meus cachorros.

Comentários

PolliNaniLeona disse…
Kkkkkkkkkk...
Sabe por que isso acontece com você?
Porque você é a pessoa mais “organizada” que conheço...kkkkkkkk
Nunca vi tamanha bagunça pra uma pessoa só! Totalmente desorganizado...credo!
Ai ai Ferreira...Você é demais...rs!
Adorei esse texto! Imaginei você procurando cada objeto perdido. E me lembrei de momentos muito engraçados...rs

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