Dark House (Haunted)

Este texto não contém spoilers! O que eu comento do filme pode ser visto no trailer!
Ainda assim, se você não viu o trailer e não quer saber absolutamente nada do filme antes de assistir, recomendo que não leia!

Este filme foi uma boa surpresa! Confesso que não esperava muito quando peguei para ver.
A direção é de Victor Salva, que, embora produtivo, nunca assinou grandes sucessos. São dele os dois Jeepers Creepers (Olhos Famintos) e o intrigante Powder (Energia Pura) que foram filmes curiosos, mas bem comuns.
Dark House anda pelos lugares comuns dos filmes de terror: os jovens, a casa na floresta, os sustos rápidos. Mas diferente da maioria, ele guarda uma solidez e um nível de ineditismo revigorantes!
Na história, Nick Di Santo é um rapaz com o estranho dom de ver, ao tocar nas pessoas, como elas vão morrer. Existem regras para as visões e ele só consegue ver se a morte for violenta e for acontecer em breve. Isso o torna uma pessoa solitária, avessa ao contato físico. Ainda assim, quando acidentalmente toca uma mulher e não tem uma visão de morte, acaba se casando com ela.

Com a morte da mãe (que vivia em uma clínica para doentes mentais e morre em condições suspeitas, é claro), Nick decide ir com a esposa grávida e o melhor amigo conhecer a casa que a mãe lhe deixou de herança: a Tal “Dark House” do título; no meio de uma floresta; isolada; caindo aos pedaços. Ele espera encontrar alguma pista sobre seu pai, que ele nunca conheceu, e talvez entender a origem de seu dom.

O filme segue os padrões tradicionais do terror moderno e, vez por outra, você vê uma pequena inconsistência, daquelas comuns em filmes B. Uma mudança na maneira de agir de alguém, uma alteração nas regras estabelecidas, uma atitude que parece deslocada.
Entretanto, na medida que a ação avança, vamos descobrindo que os pequenos erros do roteiro não são erros! Pelo contrário, foram colocados lá de forma intencional para montar uma história maior e mais complexa.

Roteiro enxuto, história imaginativa, tudo muito bem amarrado. Fotografia competente, imagens claras e nítidas, nada dessa tendência desconfortável de câmera tremendo. As interpretações são o que se espera. Mas a intenção de levar o terror também para a luz do dia é refrescante e ao mesmo tempo assustadora! 
Embora povoado de clichês, o filme cria uma atmosfera única, uma identidade forte que o torna, de longe, o melhor trabalho do diretor até aqui.
E, considerando as alternativas da história, até o final, embora previsível, foi coerente.

Bom suspense, boa história e alguns bons sustos!

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